O número de matrículas em instituições de ensino superior subiu de 8,03
milhões em 2015 para 8,05 milhões em 2016, uma diminuição no ritmo de
crescimento quando comparado aos últimos anos.
Em 2006, foram 4,94 milhões de matrículas. Em 2010, esse número subiu
para 6,4 milhões e, em 2014, para 7,83 milhões. Os dados fazem parte do
Censo da Educação Superior divulgado hoje (31) pelo Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do
Ministério da Educação.
Essa
diminuição no ritmo de crescimento se explica, em parte, pela queda do
número de matrículas na rede privada em 2016. Em 2015, foram registradas
6,07 milhões de matrículas nessas entidades, número que caiu para 6,05
milhões em 2016 – uma queda de 0,2%. Já as matrículas nas públicas
aumentaram de 1,95 milhão para 1,99 milhão – um crescimento de 1,9%.
Para o ministro da Educação, Mendonça Filho, a crise econômica é a
responsável pela queda no número de matrículas na rede privada em 2016.
Das 2.407 instituições de educação superior (IES) brasileiras, 87,7%
(2.111) são privadas e 12,3% são públicas (4,45% federais; 5,11%
estaduais, e 2,74% municipais).
No
geral, há mais instituições de ensino superior privadas do que públicas
no Brasil. No entanto, se o recorte abranger apenas universidades esse
quadro inverte. São 108 universidades públicas (54,8%) e 89 privadas
(45,8%). Além disso, se por um lado as 197 universidades correspondem a
apenas 8,2% do total de IES no país, por outro elas representam 53,7% do
total de matrículas em cursos de graduação.
A maior fatia de instituições privadas se deve em parte à
disponibilização de crédito por meio do Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies). De acordo com o diretor de Estatísticas Educacionais
do Inep, Carlos Moreno, este programa "garante financiamento para 45%
dos alunos das instituições privadas".
Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, "o Fies significa
sustentabilidade, e não rombo [para os cofres públicos]. E teremos uma
dotação específica para os mais pobres", disse ao informar que trabalha
com a possibilidade de beneficiar com financiamento 100 mil estudantes
em 2018.
As instituições de educação
superior (IES) podem ser universidades, centros universitários ou
faculdades. Também são consideradas IES os institutos federais e centros
federais de tecnologia (as antigas escolas técnicas).
Em 2016, quase 3 milhões de alunos ingressaram em cursos superiores de
graduação. Desse total, 82,3% ingressaram em instituições privadas (2,45
milhões) e 17,7% nas públicas.
No que
se refere à conclusão do curso, mais de 1,16 milhão de estudantes
concluíram a educação superior em 2016. No caso das instituições
públicas, houve aumento de 2,9% no número de concluintes de 2015 para
2016. Nas privadas, o aumento chegou a 1,36%.
De acordo com o Censo da Educação Superior, das 8 milhões de matrículas
em cursos de graduação, 4,32 milhões são em universidades. Há, ainda,
2,14 milhões de matrículas em faculdades (26,7%) e 1,4 milhão em centros
universitários. Institutos federais e centros federais de tecnologia
(as antigas escolas técnicas) respondem por 154,6 mil matrículas (2% do
total).
Em média, as IES oferecem 14
cursos de graduação. Apenas 2,4% dessas instituições oferecem 100 ou
mais cursos, enquanto 28,3% oferece dois ou menos cursos.
Dos 34.366 cursos de graduação no Brasil, 58,7% são bacharelado.
A rede pública concentra a maior parte dos professores com título de
doutor. Nas privadas, a maior parte dos docentes tem mestrado. Doutores
são maioria nas universidades (54,6%). Nas faculdades, esse percentual
cai para 17,9%.
No caso das
instituições públicas, a maior parte dos docentes trabalha em tempo
integral, enquanto nas privadas o regime de trabalho mais adotado é
tempo parcial. De acordo com o levantamento, o número de docentes em
tempo integral praticamente dobrou na última década.
O Censo da Educação Superior constatou também que 45% dos estudantes
estrangeiros matriculados nas IES têm origem no continente americano.
Outros 28% vêm da África; 14% da Europa; 11% da Ásia; e 2% da Oceania.
A nacionalidade angolana é a que mais frequenta as instituições de
ensino superior brasileiras, com 1.928 estudantes. O número é quase o
dobro da segunda nacionalidade que mais frequenta essas instituições
(paraguaia, com 1.091 estudantes).
Fonte: Agência Brasil, em 31/08/2017.
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